19 de jun. de 2010

13 de jun. de 2010

espera o sol


Então foi quando ela percebeu que nem tudo estava perdido... tinha seu gato sempre ao seu lado, mesmo pensando ainda em seu cachorro, conseguiu simpatizar com o felino. Ele era fofinho, e a fazia sorrir, cada vez com mais freqüência.
Costumava olhar pela janela à noite, prestando atenção no silêncio e no frio que gelava seu nariz. Sentia-se abandonada, mas não era obrigada a passar por isso. Próprias escolhas. Imaginava-se debaixo de um sol fervente, deitada sobre uma areia macia e branca, brincando de adivinhar nuvens, sozinha mesmo. Isso a deixava feliz, satisfeita. O calor, e a possibilidade de deitar na areia da praia. Era algo inenarrável em sua mente. Aquela sensação...
Mas o frio é que a acompanha agora, ele e mais uma grande quantidade de roupas por dia, para aliviar, tentar esquentar sem muito sucesso.
A vontade era de sair correndo pros braços de sua mãe, ou avó, ou irmã, ou tias. Mas todos estavam tão distantes, e ela pensava o que estariam fazendo agora, sem ela.
De vez em quando ouvia seus próprios pensamentos gritando da sala, chamando pra sair dali. Mas ela se dizia forte: “não, eu vou ficar!”! Queria concluir o que foi ali para fazer, construir seu futuro, queria parar de ter medo desse monstro que mais parecia de outro planeta, e persistia.
Até então, surpreendia-se consigo mesma, pensava no quanto já havia conseguido em tão pouco tempo, e estava se viciando nas conquistas, sempre querendo e buscando mais.
Ás vezes estava muito cansada, parecia que não ia agüentar, e pensava em desistir de tudo pra retornar à sua cidade natal. Então adormecia, e despertava com um sono que a animava, fazia o que tinha que fazer com toda sua dedicação.
As coisas não eram fáceis na vida da urbana e movimentada garota, mas ela tem levado e agüentado, pois sabe que, em algum momento, tudo vai ficar muito bom, pois ela tem tentado...
E tem sido assim até hoje, ela ainda não me contou o que acontece depois.

-By Pan-